Pages

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

poema para nunca se perder



Não se desespere pelas calçadas duras,
Qualquer rua cabe num haicai.
A gente acha que põe fim
Nas coisas
E elas continuam por ai
Zanzando
Até se transformarem em obeliscos,
Pedras de sal.
No fim tudo vira um conto
Dos irmãos Grimm.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O vento é redemoinho
de estórias.
Bagunça as peças do tabuleiro,
leva para nunca mais os bilhetes,
os sussurros soltos,
traz folhas e notícias frescas de longe
do outro lado do Atlântico.
Assovia cançonetas.

O problema é que há dois meses
aqui não venta.
Os galhos entediados querem ser passarinhos,
os homens encalorados querem ir para o Polo Norte.
O que o vento anda inventando?