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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ruas de sal

As ruas que até ontem eram oito, hoje são sete,
Depois de amanhã redemoinhos de sal varrerão a cidade.
Nada é igual e tudo se parece a duzentos metros do chão,
No interior de construções
A solidão trabalha, nas salas, nos dentes.
As raízes pouco a pouco se desprendem,
Os homens de sol migram,
As habitações se desatam em rachaduras como se quisessem
Pegar o trem mais próximo.
São cães de cimento e abandono.
Enquanto todos dormem
Ruas inteiras empreendem esforços de partir.
Por isso Todas as manhãs é preciso remapear o quarto,
As placas,
A vida
Liquidificada pela noite.

domingo, 6 de novembro de 2011

O homem sÓ
Pelas tantas
Reclama as canções do céu
O estalido dos ossos
A Via Láctea
O cheiro dos cajueiros.
Seus pés apertam.
Ele voa em desespero, tal como um anjo
Baleado.