Pages

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ruas de sal

As ruas que até ontem eram oito, hoje são sete,
Depois de amanhã redemoinhos de sal varrerão a cidade.
Nada é igual e tudo se parece a duzentos metros do chão,
No interior de construções
A solidão trabalha, nas salas, nos dentes.
As raízes pouco a pouco se desprendem,
Os homens de sol migram,
As habitações se desatam em rachaduras como se quisessem
Pegar o trem mais próximo.
São cães de cimento e abandono.
Enquanto todos dormem
Ruas inteiras empreendem esforços de partir.
Por isso Todas as manhãs é preciso remapear o quarto,
As placas,
A vida
Liquidificada pela noite.

Um comentário: